Antes conhecido como Festival Internacional de Filmes, O Festival da cidade de Cannes foi idealizado no ano de 1939, porém com a Segunda Guerra Mundial e posterior invasão da França pelos Nazistas foi adiado para 1946. A Palma de Ouro, prêmio entregue ao grande vencedor do Festival foi instituida apenas em 1955, anteriormente o principal prêmio era conhecido como Grand Prix. Entre 1964 e 1974 o Grand Prix voltaria à Cannes como perceptível pela lista abaixo dos vencedores oficiais da desejada Palma de Ouro.
1955: “Marty”, de Delbert Man (Estados Unidos)
1956: “Le Monde du Silence”, de Louis Malle (França)
1957: “Friendly Persuasion”, de William Wyler (Estados Unidos)
1958: “Letiat Jouravly”, de Mikhail Kalatozov (União Soviética)
1959: “Orfeu Negro”, de Marcel Camus (França)
1960: “La Dolce Vita”, de Federico Fellini (Itália)
1961: “Viridiana”, de Luis Bunuel (Espanha)
1962: “O Pagador de Promessas”, de Anselmo Duarte (Brasil)
1963: “Il Gattopardo”, de Luchino Visconti (Itália)
1975: “Chronique des années de braise”, de Mohamed Lakhdar-Hamina (Argélia)
1976: “Taxi Driver”, de Martin Scorsese (EUA)
1977: “Pai, Patrão”, de Paolo e Vittorio Taviani (Itália)
1978: “A Árvore dos Tamancos”, de Ermanno Olmi (Itália)
1979: “Apocalypse Now”, de Francis Ford Coppola (EUA) e “Le Tambour”, de Volker Schloendorff (República Federal da Alemanha)
1980: “Kagemusha”, de Akira Kurosawa (Japão) e “All that Jazz”, de Bob Fosse (EUA)
1981: “O Homem de Ferro”, de Andrzej Wajda (Polônia)
1982: “Desaparecido, um grande mistério”, de Costa-Gavras (EUA) e “Yol”, de Yilmaz Guney (Turquia)
1983: “A Balada de Narayama”, de Shohei Imamura (Japão)
1984: “Paris-Texas”, de Wim Wenders (República Federal da Alemanha)
1985: “Quando Papai saiu em Viagem de Negócios”, de Emir Kusturica (Iugoslávia)
1986: “A Missão”, de Roland Joffé (Reino Unido)
1987: “Sob o Sol de Satã”, de Maurice Pialat (França)
1988: “Pelle, o Conquistador”, de Bille August (Dinamarca)
1989: “Sexo, Mentiras e Videotape”, de Steven Soderbergh (EUA)
1990: “Coração Selvagem”, de David Lynch (EUA)
1991: “Barton Fink”, de Joel e Ethan Coen (EUA)
1992: “As Melhores Intenções”, de Bille August (Dinamarca)
1993: “O Piano”, de Jane Campion (Austrália) e “Adeus, Minha Concubina”, de Chen Kaige (China)
1994: “Pulp Fiction – Tempo de Violência”, de Quentin Tarantino (EUA)
1995: “Underground – Mentiras de Guerra”, de Emir Kusturica (Iugoslávia)
1996: “Segredos e Mentiras”, de Mike Leigh (Reino Unido)
1997: “A Enguia”, de Shohei Imamura (Japão) e “Gosto de Cereja”, de Abbas Kiarostami (Irã)
1998: “A Eternidade e um Dia”, de Théo Angelopoulos (Grécia)
1999: “Rosetta”, de Luc e Jean-Pierre Dardenne (Bélgica)
2000: “Dançando no Escuro”, de Lars von Trier (Dinamarca)
2001: “O Quarto do Filho”, de Nanni Moretti (Itália)
2002: “O Pianista”, de Roman Polanski (Polônia)
2003: “Elefante”, de Gus van Sant (EUA)
2004: “Fahrenheit 9/11”, de Michael Moore (EUA)
2005: “A Criança”, de Luc e Jean-Pierre Dardenne (Bélgica)
2006: “Ventos da Liberdade”, de Ken Loach (Irlanda)
2007: “4 Meses, 3 Semanas e 2 Dias”, de Cristian Mungiu (Romênia)
2008: “Entre os Muros da Escola”, de Laurent Cantet (França)
Deixei de lado a vista grossa e decidi prestar atenção nos títulos vencedores de Cannes.
É impressionante como há incompatibilidade de critérios nos diversos eventos da indústria do entretenimento. O Oscar premia as suas produções; o Festival de Veneza, as dele; o de Berlim, também; e, lógico, o de Cannes.
Atenção: isso não é uma crítica; é o oposto dela. A tal diversidade mostra que todo tipo de filme tem a sua vez, o seu espaço, a sua validade e a sua premiação.
Isso não quer dizer que eles pararam no tempo e se tornaram verdadeiros templos com dogmas cristalizados. Prova disso é o contempladíssimo Oscar, que, de uns tempos pra cá, vem dando espaço para títulos, digamos, menos megalomaníacos. Entre Jurassic Park, Armagedon, Fim dos Tempos e Quero Ser John Malckovich, hoje, o Oscar premiaria o último título. O tempo passa e os critérios, assim como a vida, vão se renovando.
Dar uma identidade própria e única a cada um destes eventos é a prova viva de que o cinema é multicultural.
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